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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Conto: A Devassa

Desde de muito nova, Elisa era considerada um modelo em sua família; tirava boas notas na escola, gostava de ficar em casa, era muito organizada para uma criança. Elisa sempre foi muito curiosa, isso desde pequena; aprendeu a escrever graças a sua iniciativa ao pedir que sua mãe a ensinasse. Apesar de tudo sempre foi muito tímida, mas sentia que dentro de si, havia algo a mais; algo que ela não entendia e por esse motivo reprimia essas vontades e sensações que nada mais eram do que instintos.
Com o passar dos anos, Elisa foi crescendo e absorvendo as informações, malicias e maldades que o mundo proporcionava. Com isso aprendeu o que era sexo, amor, decepção, drogas, delírios e devaneios da vida de um adolescente. Elisa sentia-se como se estivesse desabrochando como uma rosa, sentia que aquilo era a vida que ela imaginava desde criança, desde que seus instintos pulsavam dentro de seu corpo.
Depois de muitas aventuras , Elisa encontrou alguem, uma pessoa que num momento inesperado surpreendeu seu coração e conseguiu prende-la de uma forma que já tinha acontecido outras vezes, mas ela sabia que aquilo era mais forte. Apesar dos sentimentos e princípios que tinha construído, teve a certeza que passar por cima de tudo por ele valia a pena.
Se nome era Diego, era um cara que numa primeira impressão pra ela seria apenas uma aventura como outras que teve nas noites de sua vida. Depois desse dia, sua rotina voltou ao normal, mas não esperava que ele ligaria pra ela. Dizia que queria vê-la novamente, e havia gostado de seu beijo.
Logo começaram a namorar, e suas vidas passaram a se completar. Elisa, sentia a cada dia que ele era o amor de sua vida, apesar de suas tentações ainda lhe atormentarem dia a dia, mas ela sempre se segurava. Tinha a convicção que aquelas relações eram artificiais e nada chegariam ao pés do que havia construído com seu namorado. Mas será que ele também pensava assim?
Num carnaval, através da descoberta de uma amiga, sentiu na pele o que era traição. “Mas como?” – Ela se perguntava – “Por que comigo, o que eu fiz pra merecer tanto sofrimento?” – Eram perguntas sem respostas, que nem mesmo Diego sabia responder...
Elisa então decidiu viver e voltar ao que era antes, a devassa; mas com classe, e bem seletiva. Mas não deu tempo de aproveitar o que pra ela era o bom da vida. Diego arrependido do que havia feito, lhe pedia perdão constantemente, dizendo que a amava e que havia sido inconsciente e suas ações. Passo a passo, ele foi ganhando novamente sua confiança. Em situações normais, Elisa já teria o descartado, mas havia um diferencial: ela o amava!
Passando quase um mês, eles decidiram voltar, se conhecer novamente e construir tudo do zero. Como em todo relacionamento, existiam altos e baixos, coisas que pra ela eram normais de um casal. Tristezas e alegrias, dores e prazeres, magia e horror. Nada é perfeito, e nunca será.
Ele imaginava uma princesa encantada, completa, impar num mundo de pessoas volúveis e sem sentimentos. Com o passar do tempo, ele foi mudando como pessoa. Para alguém mais aventureiro que ela, era um sacrifício muito grande se prender a uma pessoa só e com ela querer passar o resto da sua vida.
Elisa de vez em quando passava por fases de auto reflexão que só ela compreendia. De uma forma estranha, estes momentos só aconteciam quando algo de ruim estava para acontecer e sempre era assim.
Elisa se sentia cansada de tudo: família, amigos, lugares, trabalho e muitas das vezes o que a consolava era ter ao lado a pessoa que amava e sentia amada.
Chegara a conclusão que queria passar o resto da vida ao lado dele, se desprender das coisas que a impediam de viver esse amor e com ele ser feliz pra sempre; mas ninguém avisou a ela que o “pra sempre” sempre acaba como já diria a canção.
Juntos, ele ao banho e ela na sala, foi ver algumas informações no computador. Quem diria! Ele que era tão hábil com tecnologia, teve a mesma como sua armadilha.
Novamente Elisa descobriu a traição e deslealdade, mas por incrível que parece ela não se desesperou, estava anestesiada naquela situação, apenas entrou no banheiro, disse o que tinha que falar e saiu... Sem olhar pra trás. No caminho de casa, uma pergunta martelava sua cabeça: “O que eu fiz pra sofrer tanto?”.
Decidiu que derramar suas lagrimas não adiantariam pra nada, já que infelizmente elas não seriam a chave que fariam o tempo voltar atrás.
Hoje no mundo, ela quer aproveitar... E infelizmente vê que voltará ser aquela devassa da noite que sempre foi.

1 comentários:

Valdeir Almeida disse...

Olá, amigo Gleydson,

Antes de mais nada, quero dizer-lhe que já voltei ao meu blog e à blogosfera, portanto, quando quiser aparecer lá, as partas estão abertas.

Cara, sem demagogia, gostei do seu conto. Ele é muito refleximo e nos faz ter a certeza de uma coisa: ninguém tem a capacidade de mudar o comportamento de outra pessoa, nem o amor. Aliás, o amor, é "uma faca de dois gumes". A quem nós ama nos ama também? Essa pergunta é cruel.

Abraços, uma boa semana e espero você lá no meu blog.

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