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segunda-feira, 28 de abril de 2025

The ONLY Exception

Hoje acordei tantas vezes a noite que mal sei se consegui descansar como devia. Pensei na vida, nas escolhas, nos caminhos que quero seguir e principalmente em amor.
Esse sempre me guiou, sempre teve um papel fundamental em mim e de certa forma foi um norte que busquei de certa forma seguir. Quando comecei esse blog, me lembro que eu era mais jovem e cheio de sonhos e ideais, que foram sendo remodelados conforme a vida adulta ia acontecendo e hoje com 37 anos, vejo como minhas percepções mudaram e algumas infelizmente pra algo que não me faz sentir tao feliz como eu gostaria.
Falando de amor, depois de muito tempo eu voltei a sentir isso novamente de uma maneira que a muito tempo não sentia. Sentir algo por alguém de uma forma tão transformadora que por vezes achei que seria inimaginável sentir novamente. Não sou mais um jovem cheio de ideais e sonhos, os boletos me trouxeram pra realidade da vida a muito tempo; mas eu me apaixonei de novo de uma forma que a muito tempo eu não sentia.
Essa historia começou faz um ano, e pra resumir, ele não mora mais aqui e sim em outro estado, porem sempre está aqui para visitar a família. Numa dessas nos conhecemos e nossa conexão foi imediata em tudo, diferente de tudo que já senti e experienciei. Não sei ao certo o que aconteceu e como aconteceu, mas aconteceu. No entanto, nos conhecemos uma semana antes dele ir embora pois havia sido transferido pelo trabalho. Só ai já começa o primeiro sinal que de como a vida adulta e os boletos nos pregam peças!
Nesta dele ser transferido, achei que nunca mais o veria novamente. Eu morando o interior e ele numa grande capital, certamente eu seria facilmente esquecido por ele... Mas não foi isso que aconteceu. Ele sentiu o mesmo que senti e em toda a volta para visitar a família dele, nos víamos também e essa conexão foi crescendo e crescendo a cada vez mais. Mas a vida não é esse conto de fadas né, como a gente gostaria que fosse. 
Morando distantes um do outro, com compromissos pessoais e mantendo nossas relações; torna que isso que temos algo mais complexo. Sim, tanto eu quanto ele estamos em outros relações não-monogâmicas e está tudo bem quanto a isso. No entanto, esse contexto faz que a gente pense mais em como nos gerenciar e combinar melhor o que temos vivido tanto juntos quanto distantes.
Só que de uns tempos pra cá, o que sinto tem crescido muito chegando ao ponto de eu ter que levar pra terapia algo que eu não sabia bem identificar e nem dar nome, mas que estava me consumindo e me sufocando de uma maneira tao gostosa que eu queria mais e mais. Até eu entender e aceitar que estava apaixonado, levou muito tempo de auto-analise pra isso ser fixado e eu acalmar meu peito.
Mas eu me conheço, sei que após esse aceite, outras implicações viriam. Eu teria que seguir um roteiro de sentimentos que a muito tempo eu não seguia e nem sabia por onde seguir, só sabia que precisava seguir. Porem como eu disse, ele sentia o mesmo; o sentimento era reciproco no entanto diferente de mim que via mais possibilidades, notei que ele via mais impedimentos a essa historia e isso o deixava triste pois era algo que ele queria viver comigo. Em nosso ultimo encontro, notei que ele estava triste as vezes e perguntava por qual razão. Ele me dizia que estava feliz de estar comigo, mas um pouco triste pois sabia que aquilo uma hora ia acabar. Por um momento me questionei sobre o que ele estava falando, se era sobre aquele nosso encontro especifico ou se era sobre o que estávamos vivendo nesse um ano. Mas preferi não adentrar muito a esse tema e nos confortar com uma visão positiva que tínhamos que aproveitar aquilo ali, aqueles momentos junto ao máximo.
Entre tantos carinhos, caricias, trocas, sorrisos, abraços, risadas, olhares, beijos e conexão, eu ainda sim sentia saudade. Comecei entender um pouco do que ele sentia por antecipação, a coisa de que aquilo ali ia acabar em algum momento e eu não queria que acabasse. Mas que controle a gente tem?
Seria tao mais fácil se fosse como nos filmes e a gente pudesse fugir pra nos amarmos, pra viver o felizes para sempre; mas as coisas não são tao simples assim. Eu queria proporcionar a nós um momento de leveza e acho que consegui de certa maneira, mas isso também fez ele um pouco triste pois ele sentiu que aquilo ia acabar logo e ele não queria que acabasse. Eu via isso nos olhos dele e nos meus também. Por algumas vezes de certa maneira eu segurei minhas lagrimas, pois o que antes era apenas um sexo casual se tornou um sentimento que nos tomou, nos envolveu e criou em nós um laço. Eu só queria beijar ele e abraça-lo, queria que aquele momento não acabasse mesmo sabendo que em algum momento iria acabar e esse momento sempre chega. Nesse encontro ele me disse o quanto eu fazia bem a ele, como ele se sentia bem em estar comigo e como nossos encontros significavam pra ele. Só queria que ele soubesse o quanto ele passou também a significar pra mim, e o que já sinto por ele. 
No fim, nos prometemos que estaríamos sempre ali um para o outro e que mesmo se um dia não estivéssemos, cada coisa que vivemos nesse um ano foi significativo e levaríamos pra sempre conosco. Ele vai embora, sempre vai e comigo fica a saudade. Fico sempre com a sensação que será a ultima vez e isso me dá muito medo, pois não quero que seja.
Quando vou vê-lo outra vez? Não sei. O que sei é que preciso encontrar alguma forma de seguir e não deixar que isso me afete tanto. Como? Não sei ainda mas uma hora ou outra eu encontro essa solução. Por hora, eu quero ficar aqui lembrando de nós, como o gosto dele na minha boca e o cheio dele no meu corpo que pede pelo corpo dele sempre.